Linhas de Evolução para o Futuro na Componente de Defesa


• Apostar num reforço da Economia de Defesa na CPLP (no contexto atual, impera cada vez mais a necessidade de fortalecer a concertação político-diplomática, pelo que importa apostar tudo na dinamização de uma economia conjunta, contribuindo desta forma para o desenvolvimento sustentado da organização, bem como reforçar a cooperação na área da Defesa);
• Vencer algum imobilismo operacional (para que servem afinal os treinos? A verdade é que a CPLP se revelou até hoje bastante eficiente no que diz respeito à aplicação do softpower mas nunca aplicou o hardpower e a verdade é que não é possível afirmar que tenha capacidade para aplicar tal poder);
• Garantir que o SPAD tem capacidade para coordenar (necessidade de se tornar multinacional, na medida em que, atualmente, este órgão é apenas composto e financiado por Portugal);
• O mar passa a ser uma prioridade na cooperação de Defesa (o mar é um elemento geopolítico permanente na geografia de todos os Estados-membros da Comunidade. Foi através do mar (ativo geoestratégico), "sob a mesma língua de comunicação, que se forjou a nossa identidade e que abriu caminho para a edificação de uma identidade coletiva, supranacional e comunitária, tão específica como a CPLP" O Oceano Atlântico trata-se do "centro de gravidade da CPLP". A adoção da "Estratégia da CPLP para os Oceanos" (2010) veio demonstrar a necessidade de reforçar as ações de cooperação marítima;
• Proceder à mudança organizacional e estratégica que se impõe na CPLP (a CPLP não dispõe de uma estratégia definida, o que se revela fundamental para definir os destinos/objetivos da organização);
• Potenciar a Cooperação Técnico-Militar, bem como reforçar as ligações nas componentes da defesa e segurança;
•Tornar a CPLP uma comunidade global e globalizadora (uma comunidade ao serviço do cidadão e das sociedades, com vista a garantir uma aproximação das comunidades nela inseridas. A CPLP deve assim estar ao serviço do desenvolvimento e da segurança dos seus estados membros, o que lhe possibilitará um maior conhecimento e reconhecimento a nível internacional);
• Apostar numa cooperação "bimultilateral" para a Defesa (uma cooperação mais dinâmica do que aquela que atualmente existe: "multilateral". Tem em vista a articulação entre o que já se encontra em execução entre os países constituintes da CPLP, com aquilo que se pretende fazer com outros países (Guiné-Equatorial, Namíbia, Senegal, Zimbabwe a titulo de exemplo) e outras organizações regionais que se ligam ao Oceano Atlântico.
Bibliografia:
Azevedo, F. & Bernardino, L. (2016). Uma nova visão geoestratégica na comunidade de países de língua portuguesa: a identidade da CPLP no domínio da defesa. Academia Militar: Proelium. 10 (p. 21-42)
Academia Internacional da Lingua Portuguesa, Boletim nº42. (2015). Academia Internacional da Lingua Portuguesa.
Bernardino, L. (2016). A centralidade geoestratégica de Portugal. A nova identidade da CPLP no domínio da defesa. Em Revista Militar, 68º volume- nº1, nº 2568(p. 47-54).